terça-feira, maio 29, 2007

Agora, talvez mais do que nos dias em que era fato consumado, me digo sem pele. Estou em carne viva... e toda e qualquer coisa que toca, arde, queima, inflama, mata.
Sei das limitações e problemas do mundo externo, mas o que me importa agora não é necessariamente o fato de que todos os políticos do mundo são corruptos, mas sim que esse fato faz com que eu perca toda a fé no ser humano. Não me importam também acontecimentos econômicos, tragédias, comédias... importa é que a personagem que vive na televisão sente em mim. Não sei mais me separar do mundo e das coisas que me acontecem... do que as pessoas me falam, nem da forma como elas me tratam.
Não tenho poros, porque se tivesse entupiriam... não tenho pele.

Beijou sua mulher como se fosse a última e a cada filho seu como se fosse pródigo.
Porque mesmo que máquina... eu não tenho pele.
Tenho saudades que não posso, tenho vontades que não tenho, tenho impulsos que não acato mas pele não. A nostalgia de ser aquilo que nunca soube ainda que sempre desejasse é apenas para o futuro, mas o futuro agora não tem vez, por que se entremeou nos fios de meus cabelos, no nó dos meus pensamentos, nos meus longos longos dedos.

Hoje percebi que dar colo é algo que faço mais por mim do que qualquer outra coisa. Encarar de frente o feio de si e aquilo que não se quer saber não é tarefa fácil... ainda mais quando não se tem pele. É... apelativo né? Pois é, está aí o tamanho dessa dor sem nome e sem hora pra aparecer.
E já que eu estou musical

Desilusão, desilusão, danço eu, dança você
Na dança da solidão....

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Danço... danço mesmo

6:32 PM  

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