domingo, agosto 22, 2004

Monstrinhos

Outra Maria morreu! Que Maria? Não sei, não conheci. A diferença é cruel demais. Não se pode aceitá-la.
Que geração é a minha? A geração da superproteção. A geração dos pequenos monstrinhos.
Maria estava deitada, dormindo. Maria era nordestina. Maria era pobre e dormia na rua. Não entendi qual foi o crime até agora.
Tem manchas de sangue na rua. Manchas causadas pelos monstrinhos. Monstrinhos que são condicionados em casa, pelo discurso pseudo-moralista de pais. Discursos de uma nação que finge ter orgulho de ser mestiça mas tem nojo.
Porque não colocamos logo a bandeira do nazismo? Porque não inventamos logo a nossa? Vamos lá, vamos assumir o nosso preconceito medíocre de uma vez. Ou será que nem isso conseguimos.
TEnho nojo da minha geração pseudo-moralista... Tenho nojo da criação de muitos pais. O patriotismo não anda alto, me desculpem. Não consigo pensar nas medalhas de ouro enquanto houver sangue no centro.